quarta-feira, 6 de março de 2013

Governo do MS nega reajuste salarial à Polícia Civil e sindicato cogita possibilidade de greve


A diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol/MS) participou de uma audiência com o governador André Puccinelli, nesta segunda-feira (4), e solicitou um reajuste salarial de 25% ao ano, em 2013 e 2014, para a categoria. André rechaçou a proposta e informou que as negociações, a começar por 5% de aumento, serão dirigidas por uma comissão do Governo. O Sinpol/MS não ficou satisfeito e disse que, caso não seja estabelecido um acordo, existe a possibilidade de greve dos policiais.

Conforme informações do presidente do Sinpol/MS, Alexandre Barbosa da Silva, o reajuste se faz necessário como uma forma de valorização do policial civil, que tem um ganho inicial de R$ 2.360,00 em um Estado cuja soma das riquezas, o Produto Interno Bruto (PIB), em 2013, somará mais de R$ 50 bilhões.

Como forma de comparação, Alexandre cita o estado do Tocantins, que tem PIB de R$ 17 bilhões e paga um salário inicial de R$ 3.930,00 aos policiais civis. “Estamos caindo na questão salarial a nível nacional. Ano passado éramos 20º lugar [de 27 estados] e atualmente somos 25º. O Estado está ficando rico e o Governo não está valorizando os servidores”, reclama o presidente do Sinpol/MS.

Puccinelli determinou a criação de uma comissão composta pela secretária de Gestão de Recursos Humanos, Evelyse Ferreira Oyadomari; pelo secretário de Governo, Carlos Roberto de Marchi; pelo secretário de Fazenda, Jader Rieffe Jullianelli Afonso; e pelo secretário de Justiça e de Segurança Pública, Wantuir Jacini. Eles quem vão tratar do aumento salarial com a diretoria do Sinpol/MS.

Um novo encontro de estudos com a comissão está marcado ainda para essa semana. “A princípio ele [governador] deixou claro que a negociação começa em 5%”, diz Alexandre sobre as expectativas de um acordo. O sindicato marcou uma assembleia com os policiais filiados para o próximo sábado (9) para repassar o que foi decidido.

“Com certeza não vamos aceitar esse reajuste. Agora começa a negociação. Se não avançar, realmente, para que haja alguma coisa satisfatória, nós vamos fazer movimentos. Não está descartado risco de greve. Nós vamos lutar até o último instante com todas as armas que tivermos”, concluiu o presidente do Sinpol.

Contramão

Na contramão dos proventos pagos aos policiais e da valorização regional, Alexandre conta que uma estatística divulgada pelo Ministério da Justiça apontou que Mato Grosso do Sul Está em 6º lugar no Ranking Nacional de Elucidações de Crimes na Área de Homicídio.

“É um reconhecimento do nosso trabalho. De 27 Estados ficamos em 6º na produtividade. Estamos trabalhando e não somos valorizados pelo Governo”, argumentou Alexandre.

Déficit

Em Mato Grosso do Sul existem 1.300 policiais civis distribuídos em funções de investigadores, escrivães, policiais científicos e papiloscopistas. “Peritos criminais e delegados não entram nas nossas estatísticas”, informa Alexandre.

“Hoje temos um déficit de 1.200 profissionais. Estamos trabalhando muito além de nossa jornada. Temos casos de policiais que devem trabalhar 160 horas mensais e têm uma jornada excessiva de 300 horas”, revela o presidente do sindicato.

Alexandre ainda avalia que os profissionais de nível superior não são atraídos para ingressar no quadro de efetivados da Polícia Civil, já que os salários são baixos e o trabalho é excessivo. Ele conta que existem promessas do Governo para a abertura de um novo concurso público para a admissão de pessoal, mas nada está efetivado.

Para piorar a situação, na visão do Sinpol/MS, os policiais civis desenvolvem um trabalho de agentes penitenciários, custodiando presos que estão nas delegacias.

“Muitos condenados pela Lei estão nas delegacias. Existem em torno de 900 presos em todas as delegacias do Estado. Eles não deveriam estar lá, deveriam estar nos presídios ou cadeias públicas”, explica Alexandre. “São condições subumanas”, apontou.


Apostilas sobre o assunto:
PM-MG-SOLDADO POLICIA CIVIL-SP-AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA POLICIAL POLÍCIA CIVIL DE SÃO PAULO-AUXILIAR DE NECRÓPSIA Polícia Civil do ES-AGENTE DE POLICIA CIVIL
Polícia Militar e Civil

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